São 14 disciplinas teóricas e 12 práticas, com um total de 512 horas-aula, e formadores de excelência do Acre e outros estados do Brasil.
Mais oito juízas/juízes de Direito substitutas(os) passaram a integrar oficialmente nesta semana a Magistratura Acreana. Etapa fundamental da investidura do cargo é o Curso de Formação Inicial dos(as) Magistrados(as), promovido pela Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) a partir da quarta-feira (8).
14 disciplinas teóricas e 12 práticas, com um total de 512 horas-aula, compõem o curso, que se estenderá até o mês de abril deste ano. Os encontros presenciais acontecem das 8h às 12h e das 14h às 18h no Palácio da Justiça, afora atividades externas em unidades judiciárias e outras instituições.
Diretor do Órgão de Ensino, o desembargador Elcio Mendes destacou que os novos profissionais terão acesso ao que há de “mais moderno e relevante no campo jurídico e na perspectiva interdisciplinar e transversal”, já que haverá a participação dos melhores formadores do Acre e de outros estados do Brasil”. E que encontrarão “o acolhimento e a dedicação de toda a equipe da Esjud”.
Elogios da Enfam
A Escola implementou um novo modelo de ensino-aprendizagem, elogiado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), com a disposição de atividades de práticas jurídicas simultâneas às aulas teóricas, que propiciarão aos novos profissionais da Justiça Estadual atuar na função judicante já na etapa de estudos. Isto é, poderão apreciar processos, conduzir audiências, sentenciar, etc.
A primeira disciplina
Ministrada pelo juiz de Direito Leandro Leri Gross, a primeira disciplina é “Administração da atividade judiciária (gestão processual, gestão de pessoas, de materiais e de resultados)”, com carga horária de 24 h/a. As primeiras aulas aconteceram na quarta-feira e nesta quinta-feira (9) e se estenderão até o dia 15 deste mês de janeiro.
“O conhecimento da estrutura administrativa, do planejamento estratégico e de todas as ferramentas de gestão adotadas pelo Poder Judiciário do Acre são fundamentais para aqueles que ingressam na Instituição. O curso de formação encontra-se estruturado e com muita qualidade, fator essencial para êxito do programa, para que possamos juntos maximizar os resultados”, assinalou o magistrado, que é coordenador do Curso de Formação Inicial.
Visita ao museu
Na tarde da quarta-feira os(as) novos(as) magistrados(as) substitutos(as) visitaram a Casa Museu, instalada no quintal da residência do desembargador Arquilau Melo. O local abriga objetos e artefatos os mais variados, desde fotografias, armas, projetor de cinema, cofres, partes de seringueira (com os tipos de cortes utilizados para extração do látex), e até um caminhão da Segunda Guerra Mundial, que inclusive funciona. O veículo foi produzido na Suíça (Olten), tendo sido adaptado para o transporte de judeus a campos de concentração.
“É importantíssimo que os novos magistrados tenham conhecimento mínimo da história do Acre, qual a origem dessas mulheres e homens que doravante eles vão julgar, para que possam exercer a profissão com mais eficiência”, explicou o desembargador Arquilau Melo, que é curador dos Centros Culturais do Tribunal de Justiça Acreano e integrante da Comissão de Gestão da Memória do Judiciário.
O espaço é um verdadeiro acervo memorialístico, onde do chão ao teto há elementos históricos e culturais, incluindo partes da tradicional casa dos seringueiros, documentos de tratados políticos relevantes no Estado.
A programação incluiu o processo de defumação do látex (transformação em borracha), feita ao vivo no local.
“Experiência enriquecedora, em que pude conhecer muito da história do Acre, desde o início da sua criação até os dias atuais e da participação do povo nordestino em sua construção, o que me chamou bastante atenção, já que sou nordestino e acabei me identificando. Tudo foi explicado de forma simples e bastante didática, o que facilitou muito a compreensão. Agradeço a oportunidade”, elogiou o juiz de Direito substituto Ricardo Freire.