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Esjud promove Seminário “Jornada pela Descarbonização”

Agenda é resposta concreta ao compromisso do Judiciário com a proteção ambiental, o bem-estar social e a boa governança.

Todas as pessoas juntas por uma jornada mais verde e por um mundo mais limpo. Com esse propósito, a Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) realizou nesta segunda-feira (21) o “Seminário Jornada pela Descarbonização”.

Destinada aos gestores do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) – que participaram na modalidade presencial e on-line-, a agenda vai ao encontro de uma necessidade crucial da atualidade, a transição para uma economia de baixo carbono.

A atividade teve as presenças da desembargadora Waldirene Cordeiro, presidente da Comissão Gestora do Plano de Logística Sustentável (PLS) do TJAC e do desembargador Luís Camolez, diretor da Esjud. Também participaram o promotor de Justiça Luis Rolim, representando o Ministério Público Estadual, a defensora pública Alexa Pinheiro, representante da Defensoria Pública do Estado, e o facilitador Foster Brown.

Abertura

Luís Camolez destacou a relevância da agenda para a Instituição e à sociedade. “Visa capacitar sobre noções básicas para implantação de ações relacionadas ao mapeamento de redução dessas emissões e ao entendimento das demandas do mercado frente à necessidade de descarbonização global”, explicou.

O diretor do Órgão de Ensino também lembrou que a ação educacional está alinhada ao PLS do Tribunal, respaldada pelo acordo de Cooperação Técnica do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nº 01/2025.

Nesse sentido, de acordo com o desembargador, a Esjud contribui com “uma resposta concreta que demonstra o compromisso do Poder Judiciário com a proteção ambiental, o bem-estar social e a boa governança”.

“Não poderia ser em um momento mais oportuno. Mesmo estando em berço amazônico, ainda teremos dias de muito calor, ar seco, muito ar poluído e outras consequências climáticas desastrosas, muitas delas relacionadas direta ou indiretamente às emissões de CO² (gás carbônico) na natureza”, disse Waldirene Cordeiro sobre a necessidade de se discutir a temática.

Gestora local do Pacto Nacional do Poder Judiciário pela Sustentabilidade, a desembargadora citou o trabalho desenvolvido pela Coordenadoria de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental do TJAC, como possuir e cuidar de duas áreas verdes situadas em Rio Branco (ao lado do Tribunal) e outra na Cidade da Justiça de Cruzeiro do Sul, as quais somadas equivalem a quase 15 hectares.

Não menos importante, assinalou conquistas, como o Prêmio (segundo lugar) pela A3P na categoria “uso adequado de recursos naturais”. E anunciou uma ação relevante chamada ‘Projeto Plantando o Futuro’, que consiste no compromisso assumido por parte do Tribunal em plantar 15 mil mudas de árvores nativas e frutíferas do bioma amazônico até o ano de 2030.

Tanto o promotor de Justiça, Luis Rolim, quanto a defensora Alexa Pinheiro, elogiaram a agenda da Escola, reafirmando o comprometimento de suas respectivas instituições pela causa ambiental.

A palestra

Afastando-se do tom excessivamente acadêmico e técnico, inerente a esse tipo de exposição, Foster Brown adotou uma abordagem didática e dinâmica, que envolveu as pessoas presentes. Em não poucas vezes, interagiu com o público, em uma tentativa que resultou exitosa de lhe despertar a conscientização sobre o tema.

Acerca das mudanças no clima, ressaltou que o acúmulo de CO², que é o gás de efeito estufa, na atmosfera tem aumentado cada vez mais. “Na década de 70, o acúmulo foi 1,3 ppm CO2 por ano. Desde 2011, a taxa média é 2,4 ppm por ano, 80% mais alto do que a da década anterior. “Se continuar esta tendência, chegaremos a mais de 600 ppm na atmosfera no ano de 2100”, alertou.

“A mudança do clima atual vai ser muito dolorosa, com danos sérios e significativos à agricultura, infraestrutura e à economia”, emendou.

Conforme o doutor em Geologia pela Northwestern University (EUA), a influência humana sobre o clima não é uma ‘farsa’, ao contrário, pode fazer estragos irreversíveis no mundo. Há indicações de que dezenas de eventos extremos são influenciados por atividades humanas, os quais estão afetando negativamente sociedades no mundo inteiro”, completou.

Foster frisou que, no cenário atual, “estamos fazendo muito pouco e não estamos reagindo a altura dos danos que já aconteceram no Acre na última década”.

Membro do Centro de Pesquisa focado em Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Acre, o professor salientou que é fundamental, ao mesmo tempo, uma atuação individual, coletiva e institucional para aplacar a problemática dos danos ambientais, especialmente relacionada à carbonização.

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