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Escola do Poder Judiciário do Acre reúne centenas de pessoas para debater o Autismo

Proposta da Escola é trazer maior compreensão, aceitação, empatia e conscientização sobre o tema.

Mais de 200 pessoas foram conectadas em nome do acolhimento e da inclusão nesta sexta-feira (25). A Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) promoveu a palestra “Autismo: Quebrando o tabu da negação e do preconceito”, com a advogada Daiana Mathias.

O evento reuniu magistradas(os), servidoras(es) da Justiça Estadual e operadores do Direito e integra o Seminário “Justiça e Saúde Mental: Abordagens Interdisciplinares para Decisões Judiciais”, que acontece nesta e na próxima semanas.

A atividade encontra refúgio na percepção de que, ao ampliar os espaços de fala sobre o Autismo, haverá maior compreensão, aceitação, empatia, respeito e conscientização acerca do assunto.

O desembargador Luís Camolez participou da abertura da agenda, assinalando a relevância da iniciativa. “Precisamos falar sobre o Autismo porque afeta a todos nós direta ou indiretamente. Também é necessário lançar um olhar mais humano sobre esse tema, razão por que temos conjugado os verbos acolher e compartilhar aqui na Escola”, disse.

A palestra

Daiana Mathias considera-se uma profissional da inclusão e tem atuado pela defesa das pessoas com deficiência e pelos direitos dos autistas. Em sua exposição, abordou diversos temas, como a importância do diagnóstico precoce, os tratamentos possíveis baseados em evidências, os direitos dos autistas e como a maternidade e a paternidade atípicas resultam em uma árdua jornada de sobrecargas e superações, sobretudo devido à falta de informação/conhecimento e ao preconceito, ainda tão presente na sociedade.

“Excelente palestra, muito esclarecedora, parabéns pelo brilhantismo na condução desse assunto”, analisou Ismael de Souza. “Parabéns à Esjud por mais esse fantástico evento”, completou a servidora do Tribunal de Justiça do Acre, Gisele Wutzke.

Para Tania Pereira, deve-se debater o tema assim, abertamente, sem tabu na família e comunidade. “Isso permite a outras pessoas se identificarem, a se encontrarem e procurar ajuda ou um diagnóstico. Muitas vezes, as pessoas não têm coragem, outras vezes são julgadas, pois já ouvi que eu estava expondo meus filhos. Mas prossigo assim, pois sou eu quem calço o sapato e sinto a dor”, desabafou.

Mãe atípica, Daiana Mathias considerou que o maior desafio hoje não é criar novas leis, “as que existem no Brasil são excelentes”, pondera. Mas sim “alcançar uma efetividade prática”, em que o Poder Público e as instituições constituídas assegurem de fato os direitos dos autistas, na perspectiva de uma sociedade verdadeiramente inclusiva e humana.

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