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Esjud conclui Seminário “Justiça e Saúde Mental” com a palestra “Neurociência é para todos”

Atividade apresentou estratégias para desenvolver novas habilidades socioemocionais que permitam alcançar objetivos ou realizar sonhos.

Mais de 200 cérebros conectados pelo conhecimento. Mais de 200 pessoas, de diversas comarcas do Estado, participantes do módulo “Neurociência é para todos”. Foi dessa maneira que a Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) encerrou nessa terça-feira (29) o Seminário “Justiça e Saúde Mental: Abordagens Interdisciplinares para Decisões Judiciais”, iniciado na semana passada.

Conduzido por André Davim, a atividade englobou os principais aspectos da temática, com o intuito de explicitar o caráter prático, ou seja, como a Neurociência pode ser aplicada no dia a dia.

Diretor da Esjud, o desembargador Luís Camolez prestigiou a abertura atividades da programação, inclusive dessa última. “A proposta é ampliar o universo de cursos aos profissionais da Justiça, transcendendo a esfera do Direito, para que sejam capazes de lidar com as problemáticas modernas e até pós-modernas, que exigem uma atuação interdisciplinar”, explicou.

“Gostaria de destacar a relevância dessa agenda especial, tanto pela escolha das temáticas, quanto pela excelência na condução dos trabalhos. Revela-se extremamente atual e necessária, diante dos inúmeros desafios enfrentados no tratamento de questões relacionadas à saúde mental. É preciso elogiar também a escolha da  modalidade híbrida, que oportunizou a participação on-line de magistrados e servidores que atuam fora da Capital, como é o caso da Comarca de Rodrigues Alves, onde houve significativa adesão dos profissionais locais”, assinalou a juíza de Direito substituta Mirella Ribeiro, que responde pela unidade judiciária.

Para o servidor Sérgio Ferreira, a ação educacional resultou útil para o seu cotidiano. “Aprendi muitas lições que passarei a aplicar no meu trabalho, na minha família e nas relações sociais. Trouxe elementos imprescindíveis para atendermos melhor os cidadãos. São ferramentas necessárias para mantermos o foco e a atenção, a responsabilidade, a organização, determinação, respeito, empatia, confiança, etc.”, afirmou.

Servidor Sérgio Ferreira, que atua na Comarca de Brasiléia

De acordo com Kelly Garcia, “foi um dos cursos mais importantes e de maior aprendizagem que fez nestes 13 anos de Tribunal de Justiça do Acre”.

A palestra

Pós-doutor em Neurociências, André Davim elogiou a Esjud por trazer o assunto para dentro da Justiça. “Uma das primeiras escolas judiciais a fazer isso, está de parabéns. Sinto-me muito honrado com esta oportunidade, acredito que fará a diferença na vida das pessoas que estiverem conosco nestes dois dias”, declarou na abertura da formação, com carga horária de oito horas.

O professor ensinou que a Neurociência é uma área multidisciplinar destinada ao estudo da estrutura e do funcionamento do sistema nervoso, especialmente o cérebro. Esse conhecimento, segundo ele, ajuda a entender o comportamento humano e, portanto, a moldá-lo. Logo, é possível corrigir os vícios emocionais, bem como aderir a estratégias para desenvolver novas habilidades socioemocionais que permitam alcançar objetivos ou realizar sonhos. É nesse contexto que surgem duas frases de André Davim. “O cérebro é treinável”, e “o seu cérebro pode ser o seu maior aliado ou seu maior sabotador”.

Ao interagir com o público (presencial e pelo Google Meet), descortinou um horizonte de possibilidades, que podem ser alcançadas aos que despertarem a consciência e mudarem hábitos e atitudes. Assim, treinar o cérebro levará as pessoas a adotar novos comportamentos, que propiciarão novos e melhores resultados.

O também pós-doutor em Química criticou o atual uso excessivo das mídias digitais, e alertou para os efeitos adversos, como frustração, estresse, transtornos de ansiedade, depressão, etc.

O facilitador destacou que o Dicionário Oxford elegeu Brain Rot como a expressão do ano de 2024. “Significa cérebro adoecido, o que traduz a gravidade da nossa situação enquanto sociedade”, disse. Exemplo desse adoecimento é a procrastinação, “que não é como muitos pensam, empurrar com a barriga”. Mas sim “um atraso voluntário de uma ação que se pretende fazer”, a qual acarreta muitos malefícios para as organizações e, principalmente a seus membros”, frisou.

Facilitador André Davim demonstra que Neurociência é para todos

Ao final do encontro, André Davim trouxe uma série de dicas baseadas na Neurociência, as quais podem ser aplicadas pelos cursistas: magistrados(as), servidores(as), operadores(as) do Direito e acadêmicos(as).

Adquirir novas experiências, que produzem enriquecimento ambiental e segurança emocional; alimentação baseada na melhora do estado de humor, exercício físico regular, sono reparador. E uma especial, que é instituir/definir quem merece explicação, quem merece apenas uma resposta e quem merece ‘seu’ silêncio.

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