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Esjud promove para todo o Acre Seminário sobre “Saúde Mental”

Andréa Vermont defendeu que atividades como esta da Escola são tão relevantes e necessárias porque salvam vidas.

Mais de 400 pessoas de Rio Branco e do interior do Estado participaram da palestra “Doenças Mentais”, promovida pela Escola do Poder Judiciário do Acre (Esjud) nessa quarta-feira (10).

“Atividades como esta são relevantes e necessárias, porque salvam vidas e nos tornam pessoas melhores”, declarou a doutora em Neurociências Andréa Vermont, que ministrou a a última etapa de uma série de seminários sobre “Justiça e Saúde Mental: Abordagens Interdisciplinares para Decisões Judiciais”.

Por decisão da Direção da Esjud, o evento teve formato híbrido, o que permitiu alcançar on-line servidores(as) das comarcas as mais distantes possível, como Porto Walter, aonde só se chega de barco ou de avião.

Abertura

“Hoje é um marco na história desta Escola porque, ao transcender o universo jurídico, estamos conectados a centenas de pessoas para falar sobre saúde mental. Trata-se da materialização do compromisso com o acolhimento que, aliás, faz parte do nosso slogan”, disse o desembargador Luís Camolez, diretor do Órgão de Ensino, na abertura.

A desembargadora Waldirene Cordeiro, magistradas(os) e servidoras(es) da Justiça, membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e de outras instituições prestigiaram a ação educacional.

“A base para um ambiente salutar é a sustentabilidade das pessoas. Criar condições para que sejam produtivas, sim, mas com saúde e bem-estar”, completou Luís Camolez.

A palestra

A palestra assume maior significado por acontecer em pleno “Setembro Amarelo”, em alusão à importância da prevenção ao suicídio e ao cuidado com a saúde mental.

“Uma em cada oito pessoas tem transtorno mental no Brasil, o qual possui 16 milhões em depressão, afora as que têm, mas desconhecem a doença por falta de informação ou medo”, ressaltou a facilitadora no começo de sua fala.

A psicanalista alertou que o país é o mais ansioso do mundo, pior do que a Ucrânia e os países do Oriente Médio em guerra. E alertou que atualmente “quem mata é a sua cabeça; não os ambientes e fatores externos, porém o que está dentro”.

Também assinalou a necessidade de um autocuidado permanente. “Quando morrer não será feriado, você é imprescindível para uma única pessoa: você mesmo. Priorize-se, cuide-se, se não fizer por si mesmo, acabou”, frisou.

Sobre as atividades de trabalho, defendeu que, independentemente dos problemas pessoais pelos quais se passa, “é preciso desempenhar as funções com responsabilidade, zelo, respeito, fazendo o melhor pelos outros”.

Doutora em Filosofia da Mente, Andréa Vermont criticou o fato de que, atualmente, a maior parte dos profissionais da área de saúde prescreve tratamentos com base apenas em remédios, “como se fossem capazes de resolver tudo”. “Os fármacos às vezes são recomendados, podem sim ser adotados. Mas o mais importante é ouvir essas pessoas, importar-se com elas, acolhê-las, além de lhes recomendar cuidados como os exercícios físicos e a terapia. Esses sim farão bastante diferença”, considerou.

A filósofa argumentou que a morte não deve ser encarada como uma última fase da jornada. “A morte não é o fim da linha, mas está na mesma linha da vida. Ter ciência da finitude nos faz viver mais, valorizar as possibilidades. Se me lembro que sou mortal, saberei aproveitar melhor as experiências e oportunidades, afirmou.

Ao final do encontro, houve espaço para perguntas, comentários, homenagem à convidada especial e, até, depoimentos dos participantes.

(Texto: Marcos Alexandre/Assessoria da Esjud; fotos: Wellington Vidal – estagiário sob supervisão | Comunicação TJAC, e Marcos Alexandre)

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