Há crianças depositadas nos orfanatos aguardando uma decisão, o agir e a sensibilidade de instituições e de pessoas para que sejam inseridas nas famílias e na sociedade.
“Devemos inserir as crianças e os adolescentes como prioridade absoluta nos nossos corações e nas nossas vidas, porque embora vistos por muitos como filhos de ninguém, na verdade são filhos de todos nós”. Com estas palavras a desembargadora Regina Ferrari denotou a relevância do Webinário “Procurando minha família: o desafio da busca ativa”, promovido pela Escola do Poder Judiciário (Esjud) nessa quarta-feira (7).
O evento teve as presenças da presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), Maria Rosinete, além de juízes de Direito de Rio Branco e do interior do Estado. Também da juíza de Direito Isabelle Sacramento, titular da Vara Única da Comarca de Plácido de Castro e mediadora da atividade; do promotor de Justiça Maia Guedes, da 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente; da presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB-Seccional Acre, Lorena Torres, de membros da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente e de acadêmicos da U:Verse.
Titular da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ), Regina Ferrari lembrou Nelson Mandela, para quem “não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como esta trata as suas crianças”. Exatamente por isso é preciso constantemente enfrentar o desafio de ajudá-las a encontrar uma família.
A diretora do Órgão de Ensino, por fim, assinalou que há crianças depositadas nos orfanatos, “aguardando uma decisão nossa, o nosso agir, a nossa sensibilidade enquanto instituições e pessoas para acolhê-las.
O Webinário
“Este é um dia muito especial, pois a doutora Katy Braun é uma referência na questão da infância, reconhecida por seu didatismo, bem como pela abordagem humanizada do tema”, disse Isabelle Sacramento.
Juíza de Direito com atuação no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (TJMS), Katy Braun assinalou a necessidade de se discutir a temática. É um assunto muito caro, pois muitas vezes é alternativa final de crianças e adolescentes exercerem o seu direito de convivência familiar. Causa-nos grande contentamento quando conseguimos efetivar essas ações inclusivas. O desafio permanente é mesmo este: utilizar o saber jurídico para fazer diferença na vida de alguém”, disse.
A Busca Ativa é um instrumento psicossocial concebido para propiciar maior visibilidade às crianças e aos adolescentes que estão em regime de acolhimento institucional, os quais uma vez privados do convívio familiar, esbarram em consideráveis dificuldades que os impedem de vivenciar uma adoção.